sexta-feira, 7 de agosto de 2009

carta de Vani, da TM-RN

REFLEXÕES DE UMA MENTE INQUIETA

Acredito no materialismo histórico dialético de Marx, e a partir dele, na luta pela superação dessa sociedade baseada em classes, por uma sociedade sem qualquer discriminação, justa e igualitária. Para Marx, a classe operária é a única classe revolucionária e tem como missão histórica libertar a sociedade humana da exploração e das ilusões geradas por essa exploração. Para alcançar tais objetivos faz-se necessário um partido político. A luta deste partido deve se pautar em conquistas imediatas, como melhorias nas condições de vida do proletariado, melhores salários, melhores condições de trabalho, etc. Entretanto, sua luta não se encerra aí, haja vista ser seu objetivo finalístico, para o futuro do movimento, o alcance do aparelho estatal, do poder político com o fim de imprimir transformações profundas nesta sociedade.

Alianças são estratégias necessárias, usadas para alcançar os objetivos anteriormente expostos, sem jamais perdê-los de vista, nem se distanciar dos princípios pelos quais nos pautamos. Todavia, o que se vê são alianças desenfreadas, as quais de tão nebulosas se consomem em um processo autofágico, sejam alianças de partido para partido ou mesmo dentro do próprio partido, no caso, o PT. O jogo político alcança dimensões tão intensas que o pragmatismo toma conta das atitudes de grandes “quadros revolucionários”. Não sei o que acontece com estes quadros que ao invés de lutarem pela unidade, mesmo na diversidade, pois o pluralismo político é um princípio, assim como também o centralismo democrático, se perdem em mandos e desmandos, personificando em si o partido ou a corrente a qual fazem parte. Tomam decisões de cima para baixo à revelia dos demais integrantes e ainda posam de bons/boas moços(as), alegando agirem assim em nome do coletivo. Mas, qual coletivo? Em nome de quem? Não do meu, tenho certeza, muito menos da massa trabalhadora explorada que fica à deriva...

Diante deste processo por que passa o partido, e mais precisamente a TM, é memorável a atitude dos(as) companheiros(as) do Ceará, que não se calaram diante das pressões pelas quais estão passando, e denunciam as ações vergonhosas que corroem as estruturas da corrente e chamam-nos à luta, à luta pelos princípios marxistas revolucionários, pela superação da opressão e do pragmatismo arraigados nas atitudes de alguns. Esta luta não pertence apenas ao Ceará (a parte as questões políticas internas), ela pertence a todos(as) que são orgânicos(as) da corrente e que não se corromperam, não foram sugados pelo mal do pragmatismo que assola o nosso partido, ela pertence a quem ainda acredita que só a união dos(as) trabalhadores(as)/proletariado será capaz de transformar esta sociedade a qual renegamos. Luta esta que pertence a todos(as) que vieram para a TM porque acreditavam e ainda acreditam nos princípios originários da corrente e querem contribuir na construção de um novo projeto societário.

Sabe, companheiros(as), esta situação desgastante não é de todo má. Se tivermos um olhar mais atento, para dentro das entranhas da nossa corrente, me parece que este processo está (apesar de todo mal que causa/ou) fazendo com que a corrente, digo, os(as) orgânicos(as) da corrente se (re)avaliem e (re)avaliem a corrente como um todo. Está fazendo com que nos voltemos aos princípios, que estavam um pouco adormecidos (não esquecidos). Está fazendo com que nós, que temos os mesmos objetivos coletivos, nos unamos em torno deles, reacendendo a luta, eliminando as fronteiras estaduais. O Brasil se tornou pequeno, para nós que antes só olhávamos para dentro de nossos Estados. Este é o outro lado da moeda, dentro desse processo dialético. Não o percamos de vista!

Que nesta X Conferência Nacional da TM as reflexões que apresento tomem corpo e forma para que possamos sair mais fortalecidos(as) e unificados(as) para as muitas lutas que virão e que devemos enfrentar. Que vençam as proposições mais coerentes com os princípios e propósitos marxistas os quais pesam no próprio nome da corrente.

Natal, 06 de Agosto de 2009.

Vani - TM Natal/RN

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