sábado, 10 de abril de 2010

CONVITE à REVOLUÇÃO SOCIALISTA

A reestruturação produtiva do capital em andamento desloca a centralidade das lutas do mundo do trabalho para outras esferas da vida cotidiana. A diversidade das pautas e bandeiras redefine, num amplo “movimento de movimentos”, os espaços das lutas renovadas que se materializam no Fórum Social Mundial e nos enfrentamentos populares contra as megacorporações oligopólicas e seus organismos financiadores e regulatórios, como o Banco Mundial e a OMC.

Surgimos da necessidade de manter acesa a chama de alguns princípios: a difusão dos valores da emancipação humana, da lealdade e da fraternidade; a defesa da revolução socialista; o combate à exploração e à opressão capitalista e latifundiária; o estudo e a formação teórica e política; a solidariedade e luta ao lado de perseguidos(as) pela reação política, entre outros.

Somos parte da continuidade da luta revolucionária no Brasil e no mundo. Conhecemos e somos conhecidos dos que lutam. Construímos uma reputação de combatividade nas bases: nos movimentos sindical, popular, estudantil, enfim, nos movimentos sociais, para fortalecer um projeto de transformações radicais.

A par das vitórias, infelizmente o que observamos, no entanto, é a degeneração de um setor que expôs o PT à desmoralização pública. Assistimos decepcionados à liqüidação da organicidade enquanto tal. Não por nossa vontade e consentimento, muitas vezes percebemos a falta de capacidade de direção dos movimentos, distância da base e à mercê de interesses particulares. Nota-se que o discurso político não corresponde à prática e prevalece a degeneração e o oportunismo.

Para existência da verdadeira democracia operária é imprescindível a qualidade na construção de seu conteúdo político. Sem isso, é um ritual de confirmação ou um simulacro para referendar o que está imposto. Ante o consenso subalterno e personalista, preferimos a ousadia original e coletiva das cabeças pensantes. O exercício da crítica é parte do debate que sempre propugnamos. Este posicionamento decorre de qual concepção de organização defendemos. De qual tipo de sociedade pretendemos construir e de qual Revolução estamos falando. Se vale tudo na luta pelo poder, então quais são os princípios que balizam a causa que construímos?

Vamos continuar resistindo onde sempre estivemos: não nos desviamos da chama inicial que iluminou nossos passos. A solidariedade generosa dos trabalhadores organizados é o nosso lar. Não estamos à venda por cargos ou benesses. Tampouco estamos aí fazendo o jogo patronal e eleitoreiro. Vamos continuar marchando pelo caminho socialista. Em meio às facilidades do senso comum anticomunista, afirmamos, inversamente, a defesa dos valores da partilha, da fraternidade e da vida em comunidade.

É preciso avançar. É preciso retomar o materialismo histórico dialético contra a estagnação de pensamentos e ações. Somos produtos da rebeldia das massas proletárias contra os grilhões do capital. Acreditamos no marxismo não como um tratado dogmático e imutável, e sim como teoria da ação transformadora. Um fundamento que não estacionou no tempo, mas que se mantém atual como crítica da economia política.

Este é um convite à luta. Convidamos os autênticos lutadores do povo a se somarem neste resgate dos princípios que sempre pautaram nossa história. Convidamos a militância que acredita no marxismo autêntico e numa perspectiva revolucionária, a reverter a letargia paralisante em ações revigoradoras da práxis que anima nossa ânsia em tornar os sonhos possíveis.

Já entregamos muito sangue, suor e lágrimas por nossas bandeiras. Dedicamos nossas vidas por sonhos que, com sacrifício, um dia irão se realizar. Sacrificamos muitas vontades e “facilidades” porque somos sonhadores(as) incorrigíveis. Queremos superar a mera sobrevivência. Queremos viver, com dignidade, honestidade e caráter. Somos donos(as) de uma vontade inexorável: não aceitamos o abandono dos princípios originais que sustentam nossa construção até hoje. A organização pode até se adaptar a novas condições, mas nunca deixará de sê-la pela Revolução e pelo Socialismo.


TENDÊNCIA da REVOLUÇÃO SOCIALISTA
(Documento aprovado na Plenária Final da 1ª. Confêrencia)
18 de abril de 2010

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